UM JOGO, DUAS ANÁLISES
Análises virtuais de situações reais.
1ª Análise
Das jogadoras da Alcobacense, em três Actos.
1º Acto
Sexta-feira 2 de Maio de 2008
Amanhã jogamos com a Nortecoope.
Ainda que normalmente sendo vista como a reserva da Fundação é contudo uma equipa de topo. A sua classificação assim o dita.
Na primeira volta perdemos em casa e queremos agora acertar as contas. A nossa época tem sido irregular e este jogo tem que ser uma demonstração do que somos capaz.
Motivação e garra não vão faltar. Tivemos conhecimento de que as nossas adversárias empataram a dois com a Mealhada e cartões azuis e vermelhos não faltaram. Parece que afinal vamos defrontar a “reservas das reservas” da Fundação. Aparentemente a tarefa está simplificada.
A ver vamos.
2º Acto
Sábado 3 de Maio de 2008 (Hora de Jogo)
Aquecimento, nosso e das nossas adversárias. Há aqui qualquer coisa que não nos soa bem! Esta é a equipa principal delas.
- Não falta ninguém. Deve ter havido uma amnistia. Tanto melhor. Foi com “estas” que perdemos na primeira volta e é a “estas” que queremos ganhar hoje. Vamos a isto.
3º Acto
Sábado 3 de Maio de 2008 (depois do banho)
As coisas corriam bem.
Entramos a ganhar, consentimos o empate e adiantamo-nos novamente no marcador ainda antes do intervalo.
A três minutos do fim com o jogo controlado, a vitória parecia possível. Não contávamos era com a cegueira e incompetência de um árbitro caseiro. Com efeito numa jogada mais digna de um jogo de Rugby, seguida de golo repôs a igualdade no marcador. Protestos nossos,acalorados e exaltados. Foi preciso recuperar o equilíbrio, porque empates a dois com esta equipa, trazem pelos vistos muitos cartões e como não haverá por certo mais amnistia, nós não os podemos ver.
No final do jogo empate a dois. Uma sensação incrível de injustiça. Dois penalties não assinalados e um golo incrível. O homem será cego?
No entanto mesmo assim,este empate contra esta equipa,foi mais “saboroso” do que seria uma possível vitória sobre as “reservas das reservas”. As contas no final não ficaram certas, mas quando o responsável maior por elas as subverte só nos resta alertar para a injustiça. E apelar para que não se repita. Contra nós ou a nosso favor. Simplesmente que não se repita.
Já só pensamos no jogo com os Carvalhos.
P.S.- Afinal soubemos agora que não houve amnistia o que houve foi “jogo” de secretaria.
2ª Análise
Adeptos da Alcobacense
Jogamos contra o Nortecoope e fomos prejudicados por uma arbitragem caseira. O que não é inédito nesta época.
Nunca como ultimamente, havíamos falado tanto de transparência no Desporto. Com efeito os últimos casos narrados na comunicação social, nomeadamente o caso do “Apito Dourado” a isso nos obrigaram. No final mais uma vez o que ressalta é que continuamos a ser um país de “Chicos Espertos”. E já não devíamos ser.
Enganar os outros recorrendo a jogo sujo, continua a ser a especialidade de alguns. A cultura e educação que hoje temos, deveria ser suficiente para que assim não fosse. Teremos que continuar a acreditar que as coisas acabarão mais tarde ou mais cedo por mudar e essa tão apregoada transparência, ainda que como o seu nome indica não se veja, pelos menos se sinta. Contudo quando temos dúvidas sobre os processos “ela” não se sente.
E dúvidas são o que temos sobre o processo de nomeação dos árbitros para os jogos do Nacional Feminino. Sabemos das dificuldades financeiras dos clubes e da impossibilidade de nomear 2 árbitros como chegou a acontecer. Daí a, para poupar ao máximo, nomear árbitros da casa ou de perto não é criar dúvidas? A tendência para as arbitragens serem caseiras é do domínio público. A pressão dos adeptos da casa normalmente em maior número a isso leva. Criar condições para aumentar essa possibilidade não é criar dúvidas?
Julgamos ser uma situação a rever. Dúvidas temos igualmente, quando para limpar cartões, se antecipem jogos entre equipas da “mesma casa”. A Fundação precisava disso para um há muito merecidamente ganho tricampeonato, ou a ideia foi proteger a Nortecoope já que perderia sempre o jogo com a Fundação e se apresentaria assim mais forte contra a Alcobacense? Como é que a F.P.P. aceita isto? Que é que a Nortecoope ganhou com esta habilidade? Isto não e subverter a verdade desportiva? Que Chicos Espertos?
O desporto assim ficará sempre a perder.
Texto de José António Paiva.